Meditação. Eis como melhorar o seu cérebro
A meditação transforma o seu cérebro fisicamente. Saiba como fazer este passe de mágica.
Os benefícios da meditação ou do mindfulness (uma meditação mais adaptada à realidade ocidental) são constantemente elogiados. Os efeitos reais para o nosso cérebro parecem estar comprovados e a prática meditativa é recomendada por muitos neurologistas como forma de prevenir o envelhecimento deste órgão. Os especialistas afirmam que a meditação pode alterar mesmo a estrutura física do cérebro como tem sido observado através das imagens funcionais de ressonância magnética. Os benefícios de meditar são reais no que toca aos neurónios e às suas ligações, e podem aumentar a capacidade de concentração e da memória, entre outros benefícios.
Preservante natural
O cérebro, como o resto do organismo, envelhece com o passar dos anos. Acontece que estudos conduzidos pela UCLA apontam para que o cérebro daqueles que têm por hábito meditar ficam mais bem preservados do que os dos indivíduos que não cultivam a arte da meditação. Tendo o nosso cérebro como característica a plasticidade, a prática contínua de novas tarefas têm a capacidade de alterar a estrutura do cérebro. Os efeitos sentidos por quem pratica meditação são decorrentes duma prática diária e prolongadas no tempo. Caso ela prática deixe de ocorrer o processo poderá reverter-se. Um estudo conduzido por neurocientistas de Harvard observou a influência da meditação sobre a elasticidade de cérebro. Assim um comportamento novo repetido sucessivamente afetará a forma como os neurónios comunicam entre si.
Mais massa cinzenta
Investigações levadas a cabo pela equipa da neurocientista Sarah Lazar, concluem que indivíduos que têm por hábito meditar apresentam maiores áreas de matéria cinzenta em diferentes partes do cérebro relativamente aos indivíduos que não meditam, contribuindo para atrasar o processo natural de envelhecimento do cérebro. Numa das experiência realizadas no âmbito desta investigação foram estudados grupos de indivíduos com práticas de meditação e grupos de indivíduos que não meditavam. outros sem estas práticas. Através de imagens de ressonância magnética foi observado que o cérebro de homens com cerca de 50 anos, praticante de meditação tinham a mesma quantidade de córtex pré-frontal da apresentada em jovens de 25 anos o que sugere que a meditação possa realmente evitar o declínio relacionado com o envelhecimento.
Outra das experiências conduzidas em indivíduos que nunca haviam meditado e a quem foi pedido que o fizessem durante oito semanas, 30 a 40 minutos por dia, verificou que, após esse período, os cérebros desses indivíduos começavam já a beneficiar das práticas meditativas e demonstrando as RM, áreas aumentadas também na zona do hipocampo (importante para regular as emoções e no processo de aprendizagem e memória), na junção temporoparietal (importante para a existência de sentimentos de empatia e compaixão e pela elaboração de perspetivas).
Diminuição da amígdala cerebral
Uma diminuição da amígdala cerebral, após uma prática continuada de meditação foi também observado através das imagens de ressonância magnética. Os praticantes regulares de meditação apresentaram a redução da amígdala, o sistema de alarme do cérebro. Acredita-se que a meditação ao alterar a forma como nos relacionamos com a realidade envolvente, afastando o stress, diminui a função da amígdala nas muitas ocasiões em que não corremos perigo de vida. Indivíduos com a amígdala reduzida indicam vidas com menos stress e ansiedade, e assumem uma perspetiva mais racional e real da realidade modulando as reações de sobrevivência inatas. Sujeitos às preocupações habituais de sempre estes indivíduos conseguiram apresentar uma redução da amígdala graças à prática de meditação.